sábado, 29 de maio de 2010

What do you want from me









As you look around this room tonight
Settle in your seat and dim the lights
Do you want my blood, do you want my tears
What do you want
What do you want from me
Should I sing until I can't sing any more
Play these strings until my fingers are raw
You're so hard to please
What do you want from me

Do you think I know something you don't know
What do you want from me
If I don't promise you the answers would you go
What do you want from me
Should I stand out in the rain
Do you want me to make a daisy chain for you
I'm not the one you need
What do you want from me

You can have anything you want
You can drift, you can dream, even walk on water
Anything you want

You can own everything you see
Sell your soul for complete control
Is that really what you need

You can lose yourself this night
See inside there is nothing to hide
Turn and face the light

What do you want from me


(Pink Floyd)




Signs of Life









Dá-me a tua mão






Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.


(Clarice Lispector)


Pergunta-me qualquer coisa







... pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer.


(Mia Couto)





segunda-feira, 24 de maio de 2010

Segredo







"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade."

(Clarice Lispector)




quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tales of Mystery and Imagination








For my own part, I have never had a thought
Which I could not set down in words
With even more distinctness that which I conceived it.
There is however a class of fancies of exquisite delicacy
Which are not thoughts and to which as yet
I have found it absolutely impossible to adapt to language.
These fancies arise in the soul,
Alas how rarely, only at epochs
Of most intense tranquillity
When the bodily and mental health are in perfection.
And those mere points of time
When the confines of the waking world
Blend with the world of dreams.
And so I captured this fancy
Where all that we see or seem
Is but a dream within a dream.

(Edgar Allan Poe -Narration by Orson Welles)




sexta-feira, 7 de maio de 2010

Poema






Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás.


(Cazuza/ Frejat)