sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Fantasmas

Next level




Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.

Quem me leva aos meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem me leva aos meus fantasmas?
Quem me leva aos meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde é a estrada

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.

Quem leva aos meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem leva aos meus fantasmas?
Quem leva aos meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada


De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva aos meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem me leva aos meus fantasmas?
Quem me leva aos meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada


(Pedro Abrunhosa)


Foto: Gall Freitas


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Bakunin





"Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesmo."


(Mikhail Bakunin)



Foto: Luciana Temer



domingo, 1 de janeiro de 2012

Novo Tempo

circle



No novo tempo, apesar dos castigos,
Estamos crescidos, estamos atentos,
Estamos mais vivos para nos socorrer.

No novo tempo, apesar dos perigos,
Da força mais bruta, da noite que assusta,
Estamos na luta para sobreviver.

Para que nossa esperança
Seja mais que a vingança,

Seja sempre um caminho
Que se deixa de herança.


No novo tempo, apesar dos castigos,
De toda fadiga, de toda injustiça,
Estamos na briga para nos socorrer.

No novo tempo, apesar dos perigos,
De todos os pecados, de todos enganos,
Estamos marcados para sobreviver.

Para que nossa esperança
Seja mais que a vingança,

Seja sempre um caminho
Que se deixa de herança.


No novo tempo, apesar dos castigos,
Estamos em cena, estamos nas ruas
Quebrando as algemas, para nos socorrer.

No novo tempo, apesar dos perigos,
A gente se encontra cantando na praça,
Fazendo pirraça para sobreviver.

Para que nossa esperança
Seja mais que a vingança,

Seja sempre um caminho
Que se deixa de herança.