segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Brazyl




Anchieta Alencar Amado
Alienígena cósmico mau trajado.
Involuntariamente voluntário.
Pagador de promessa.
Carrega a cruz de pau-brasil
A mesma de Candinho, Oiticica e Gil.
Que terra é essa aratu?
Di Carnaval, pantanal e Embratel,
Em que sambam em Minas os Profetas de Aleijadinho,
E não cantam no Rio as canções de Noel!
O menino Caxias, avião.
A menina Elis, prostituição.
Estatísticas de um Ibope manipulado,
Personagens de um Tropicalismo apaixonado.
USP, TBC, CSN, MPB.
O Nordeste tem sede,
E não é de Coca-Cola.
A criança tem fome,
E a merenda é na escola.
Cadê a escola?
Mangueira, Portela,
E no morro, procelas.
Em cores vivas nas telas.
Não nas de Volpi, nem de Tarsila,
Mas, nas de Xuxa, de Cláudio e Chacrinha.
CSN, FGV, IBGE, MMDC.
Ditadura ou Democracia?
FHC ou futebol?
Virgulino Vargas Veríssimo!
Xavante guerreiro do Xingó!
Passeia mensageiro,
Espreitando Conselheiro,
Nos sertões de Euclides Caiapó!
E das veredas da Amazônia,
Vê-se o nascer da nova Era,
Onde um Garrincha debochado,
Surrealista personagem,
Das páginas de um Lobato safenado,
Dribla o Ato Institucional número 5,
E ao som das Bachianas,
Confronta a AIDS rio morto acima,
E desatina.
Aqui jaz o Tietê.
Além, o São Francisco.
Se do mal soubesse o risco,
Embriagado em café preto,
Terminando assim seus dias,
Baden, Becker, Blanc e Bilac.
Boas bundas de Copacabana,
Outra vida teria levado,
Mazaropiando desafinado.


(Paulo Brazyl)



Imagem: Paráclito, o prometido
de Gervásio de Farias
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