quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sempre onde chego é um lugar





“Ninguém pode imaginar a pequenez da minha cidadezinha.
Lá, porém,
há gente que me dá os bons-dias-”


"Sempre onde chego é um lugar. Mas abrigo maior não encontrei senão nas paragens da memória. É lá que reside minha cidadezinha natal, que se acende devagarinhosa, como barco saindo de um lodoso escuro. Esse lugar se senta em minha meninice como se o único território fosse o tempo. Esse outro tempo escorria em obediência a secretos mandos de preguiça. Os acontecimentos do mundo ali aportavam sempre tarde, bem depois de atravessarem distancias tais que se desbotava a realidade que lhes tinha ditado origem."
(Mia Couto)



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